A presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Rondonópolis, vereadora Marildes Ferreira apresentou um requerimento em regime de urgência para cobrar explicações ao prefeito José Carlos do Pátio e à secretária de Saúde, Ione Rodrigues, sobre a falta de insumos, medicamentos e alimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Pronto de Atendimento Infantil, no Hospital da Lions e outras unidades de saúde.
Segundo a vereadora, a gota d’água foi saber sobre a falta de equipo de soro. “Eu já venho há muito tempo requerendo informações acerca de medicamentos e de insumos dentro das unidades hospitalares aqui de Rondonópolis. Essas respostas ainda não chegaram, porém ontem foi a gota d’água, porque na UPA não tinha equipo de soro para o paciente. Equipo de soro é um aparelhinho que fica embaixo do vidro do soro para conectar a veia do paciente e ontem não tinha na UPA. A gente fala que não tem luvas, anti-inflamatórios, estamos falando de medicamentos básicos que precisam ter dentro de uma unidade de urgência e emergência como a UPA”, afirma a vereadora.
De acordo com o documento apresentado pela vereadora, além de equipo de soro e luvas, foi constatada também a falta de sacos coletores, medicamentos como anticoagulantes, anti-inflamatórios e analgésicos e até a falta de alimentos. “Fui atrás de alguns fornecedores e eles me alegaram que não estão entregando, por exemplo, alimentos lá para a cozinha da UPA porque tem três meses que não recebem esses pagamentos. Por que? Por que a prefeitura não está pagando os fornecedores? Hoje pela manhã eu vi que só tem arroz, feijão e açúcar para mais duas refeições, que há tempos não tem carne, que só é frango e também já está acabando. Não tinha bolacha para fornecer no café da manhã das crianças”, alega.
“Essa Casa de Leis nunca se negou a votar e a dar parecer favorável nos milhões que se passam por aqui. Enquanto eu discuto para aprovar recursos, o prefeito precisa pagar os fornecedores para que eles possam entregar os alimentos e insumos”, reforça a presidente da Comissão de Saúde.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que desconhece a falta de alimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou ainda a falta de entrega de equipamentos e insumos por falta de pagamento dos fornecedores. “Todos os empenhos necessários para cumprir com as obrigações financeiras estão feitos. Interessante lembrar que para toda compra existe um prazo de entrega que varia de acordo com cada fornecedor. Como sempre tem feito, a SMS vai atender a qualquer solicitação oriunda da Câmara de Vereadores para esclarecer qualquer dúvida, mas antes disso, é preciso verificar com critério cada apontamento solicitado”, afirma o documento.
Situação das UTIs
A vereadora também fez críticas à decisão do prefeito em relação às UTIs do município. “A UTI está dentro da alta complexidade e nunca foi responsabilidade do prefeito bancar UTI sozinho. Inclusive, essas UTIs foram criadas na época da pandemia, justamente para atender. São leitos de UTI que custam caríssimos e que nunca o governo do Estado habilitou. Ter essa informação de que não vai renovar o contrato com a empresa responsável pelas UTIs do Hospital Municipal é colocar a mãe na forca porque nós estamos justamente em um período em que temos muitos casos de Covid, muitos casos de dengue, inclusive dengue hemorrágica e não arcar com esses custos e não renovar o contrato para continuar com as UTIs, eu acredito que é dar um tiro no pé e apostar para quem vai morrer primeiro”, disse a vereadora.