A União deve a Mato Grosso o repasse de mais de R$ 1 bilhão. Os recursos se referem ao FEX (Auxílio Financeiro de Fomento das Exportações), na ordem de R$ 400 milhões, e mais R$720 milhões, oriundos de empréstimo já aprovado pelo Banco do Brasil, para os programas MT Concreto e MT Conserva.
Esse montante, no entanto, não deve sair antes da aprovação do ajuste fiscal pelo Congresso Nacional, segundo avaliou senador Blairo Maggi, após encontro da bancada federal, nesta segunda-feira (13.04), com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, no Palácio Paiaguás.
“Não vejo hoje possibilidade de que isso seja feito sem que haja aprovação do ajuste fiscal no Senado e na Câmara. Depois dessa aprovação, acredito que o Governo possa fazer flexibilização desses empréstimos”, disse ao final do encontro.
De acordo com Taques, a reunião foi marcada para que o Executivo estadual pudesse discutir com a bancada de Mato Grosso os interesses do Estado junto à União.
“Desde a nossa primeira ida à Brasília nós temos um partido só: Mato Grosso. Nosso senadores e deputados federais têm defendido pautas comuns como a cobrança junto ao Governo Federal do FEX (Fomento à Exportação); a questão da infraestrutura e logística e a execução da lei aprovada no ano passado que muda o indexador da dívida dos estados e municípios perante à União”, disse o governador.
O senador Blairo Maggi citou o fato de o País estar passando por uma crise econômica. Para ele, os reflexos serão sentidos nos Estados. Maggi diz que os setores estão ‘amarrados’ e que um cenário pior se desenha em detrimento ao cumprimento do Executivo Nacional, na meta fiscal de superavit de 1,2% do PIB. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foi de 0,1%.
“Na minha avaliação estamos num processo de crise política bastante profundo e de crise econômica bastante grande. Se não tivermos a paciência no tratamento dessas duas coisas, uma vai empurrar a outra e ambas vão para frente. O ministro Levy recebeu a incumbência de fazer um superávit primário de 1,2% do PIB, e está fazendo isso, mas, a custos muito elevados. A ponto dos prestadores de serviço, as prefeituras, os estados, que têm recursos para receber da União, não estarem recebendo há muito tempo. Pagamentos de outubro do ano passado, só vão acontecer em maio. É fato, que as empresas não têm capital de giro para suportar isso. No momento seguinte, os bancos, que dão crédito a essas empresas, retiraram os créditos, então há praticamente uma fase pré-falimentar. Isso não é bom para a economia, porque todo mundo pára e se resguarda para o momento mais difícil que virá”, alertou Maggi.