Corpo de um homem foi encontrado dentro de uma caminhonete L-200, cinza, placa JZS 4464, na tarde desta sexta-feira (14), no bairro Santa Marta, em Cuiabá. A Polícia Militar confirmou tratar-se de João Vicente Picorelli, 63. Ele era servidor público estadual e em novembro de 2011 foi preso numa operação da Polícia Civil acusado de participação num esquema milionário que ficou conhecido como o “escândalo das cartas marcadas”.
De acordo com relato de um policial, em rondas pela região os policiais viram o carro abandonado na via. Checaram a placa e não encontraram nada irregular. Ao procederem a abordagem e abrirem a porta do veículo perceberam que o homem estava sem vida, com manchas roxas pelo corpo.
Acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que constatou a morte da vítima. Também foram convocadas equipes da Perícia Técnica Oficial (Politec) e da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), para colher provas do local onde foi localizado o corpo e dar inícios as investigações do homicídio.
A Polícia Civil informou ao GD que a Politec não constatou qualquer vestígio de violência, reforçando a hipótese de que foi morte natural. Pela rigidez cadavérica os peritos acreditam que ele já estava morto há cerca de 24 horas.
Passado – João Vicente Picorelli é ex-presidente do Sindicato dos Agentes de Administração Fazendária (Saaf) e o nome dele surgiu nos noticiários em 2011, quando foi preso preventivamente na operação deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz) “Cartas Marcadas”, e liberado após prestar esclarecimentos à polícia.
Picorelli foi apontado como integrante de um esquema envolvendo a emissão e compensação de cartas de crédito expedidas pelo Governo do Estado em 2009 para pagar R$ 477 milhões em indenizações por diferenças salariais para cerca de 290 agentes de Administração Fazendária (AAFs), da Secretaria de Fazenda (Sefaz). Na operação, ele teve as contas bloqueadas juntamente com outros acusados de participação no esquema. Desde então, vinha tentando desbloquear suas contas.