Será realizada no próximo dia 29 de janeiro, às 20h, uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Rondonópolis para debater os tipos e as formas de violência contra sujeitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) ocorridas na cidade de Rondonópolis. Na ocasião, serão expostas denúncias das inúmeras violências que essa população sofre. Serão feitos encaminhamentos e ações para a construção de políticas públicas de enfrentamento e combate a essas violências.
A audiência está sendo convocada pelo Grupo de Apoio a Travestis e Transexuais de Rondonópolis (GATTRS). “Estamos muito preocupadas e preocupados com os números da violência contra os sujeitos LGBT e os feminicídios que vêm aumentando de maneira alarmante em nossa cidade”, destaca Adriana Liário, presidenta do GATTRS.
O evento conta com o apoio e a colaboração da Pastoral da Mulher Marginalizada, do Movimento Negro de Rondonópolis, do Grupo de Combate à Homofobia de Mato Grosso, do grupo Mães pela Diversidade, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e do Fórum Popular pela Democracia de Rondonópolis.
Juntos, eles reivindicam a construção coletiva de políticas públicas, com todas as secretarias devidamente articuladas, para as demandas de sujeitos LGBT, em prol de uma cidadania plena e igualitária, bem como a efetivação dessas políticas públicas.
De acordo com Adriana, há muitos casos de violências (400 ocorrências e cinco assassinatos) contra sujeitos LGBT moradores da cidade de Rondonópolis que não foram solucionados.
Mesmo com avanços no reconhecimento dos direitos da população LGBT, ainda ocorrem muitas violências e atos discriminatórios contra essa população, motivados principalmente pelo preconceito, pela LGBTfobia, pela homofobia, pelo machismo, pelo racismo e pela transfobia.
Dados do Relatório 2017 sobre pessoas LGBT mortas no Brasil, organizado pelo Grupo Gay da Bahia, mostram que a cada 19 horas um LGBT é morto no país. Houve um aumento de 30% de mortes de LGBT em relação ao ano de 2016, o que revela que ainda há muita intolerância e falta de respeito com os sujeitos LGBT. A região Centro-Oeste se tornou nesse mesmo ano a segunda colocada no número de assassinatos e mortes de LGBT no Brasil.
“Precisamos ocupar os espaços de exercício e promoção da cidadania de que dispomos, ainda que de maneira precária, para denunciar essas formas de violência, pois de nada adianta os movimentos sociais de um modo geral fazerem reuniões esporádicas apenas para constatar e lamentar a morte de mais uma ou mais um LGBT. As instituições do poder público precisam cumprir suas obrigações no sentido de garantir condições materiais para o exercício de uma cidadania plena a todas e todos, sem nenhuma exceção”, afirma Leonardo Nascimento, secretário do GATTRS.
A Audiência Pública acontecerá na próxima segunda-feira (29) às 20h e é aberta a toda sociedade rondonopolitana e da região Sul de Mato Grosso.