Pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira (16) aponta que a reprovação ao presidente Jair Bolsonaro chegou segue em alta e atingiu um novo recorde. O levantamento foi realizado entre os dias 13 e 15 de setembro e aponta que 53% não aprovam a forma como ele conduz o Governo Federal.
A pesquisa ouviu presencialmente 3.667 pessoas com mais de 16 anos, em 190 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
O presidente foi avaliado como bom ou ótimo por apenas 22%, oscilando dois pontos negativamente em relação à pesquisa em anterior. Entre os que o consideram regular não houve alteração em relação ao índice de julho, 24%
Nesta rodada, o Datafolha identificou um aumento mais expressivo de rejeição ao presidente entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos (41% para 50%, de julho para cá) e entre as pessoas com mais de 60 anos (de 45% para 51%).
Significativamente, Bolsonaro passou a ser mais rejeitado no agregado das regiões Norte e Centro-Oeste (16% da amostra), onde costuma ter mais apoio e de onde saíram muitos dos caminhoneiros que ameaçaram invadir o Supremo na esteira do 7 de Setembro.
Nestas duas regiões a sua rejeição ao presidente subiu de 41% para 48%, ainda que esteja marginalmente abaixo da média nacional.
EXTRATO
O perfil de quem rejeita o presidente segue semelhante ao já registrado antes. 56% daqueles que ganham até 2 salários mínimos o acham ruim ou péssimo, assim como 61% dos que têm curso superior (21% da amostra).
Nas camadas menos ricas e escolarizadas, há um lento espraiamento das visões negativas sobre o presidente. Na já citada camada de quem ganha até 2 mínimos, em julho eram 54% os que o rejeitavam. Na daqueles que recebem de 2 a 5 mínimos, a rejeição foi de 47% para 51%, oscilação positiva no limite da margem de erro.
Na mão contrária, os mais ricos são o grupo em que a reprovação do presidente mais caiu de julho para cá, de 58% para 46%. Entre eles, 36% o consideram ótimo e bom. Integram esse contingente 3% da população pesquisada. O Sul (15% da amostra), bastião do presidente desde a disputa de 2018, segue avaliando ele melhor do que outras regiões: 28% dos ouvidos lá o aprovam.
Pormenorizando, os empresários (2% dos ouvidos) permanecem com os mais fiéis bolsonaristas, com 47% de aprovação. É o único grupo em que o ótimo e bom supera o ruim e péssimo (34%).
No segmento evangélico, outra base do bolsonarismo, a reprovação ao presidente já subiu 11 pontos desde janeiro e hoje está superior (41%) à sua aprovação (29%). Na rodada anterior, havia empate técnico (34% a 37%, respectivamente).