O deputado estadual Claudinei Lopes (PL) disse que foi “pego de surpresa” com a indicação de seu nome feito por parte da ala bolsonarista de Mato Grosso a uma eventual candidatura ao Governo do Estado nestas eleições. Pré-candidato à AL, o parlamentar confirmou o “flerte”, mas repetiu o discurso de que qualquer caminhada eleitoral em 2022 passa pelo aval do presidente da República. Sobre o apoio de Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de reeleição do atual governador Mauro Mendes (UB), disse que a questão não está “100% fechada”.
“Fui pego de surpresa, mas foi uma surpresa boa ter o nome lembrado pelos bolsonaristas do Estado, pessoas que acompanham o meu trabalho e que lembraram do meu nome”, diz à reportagem. “O meu nome passa pelo presidente [Jair] Bolsonaro. Sem o apoio do presidente eu jamais iria”, completa.
O deputado estadual esclarece, porém, que nenhuma manifestação partiu de lideranças políticas, dentro ou fora do PL. “Os que me procuraram foram os bolsonaristas que não querem o atual governador. Por onde ando, vejo pessoas insatisfeitas, seja na região Norte ou na Sul. Mauro Mendes tem desgaste grande em muitos setores, especialmente o dos servidores públicos”, argumenta.
Em Mato Grosso, PL de Bolsonaro segue costurando junto a outras siglas o chamado “blocão” à direita, tendo como principais nomes Wellington Fagundes (PL) na corrida ao Senado e Mauro Mendes (UB) ao Governo. As convenções partidárias estão previstas para ocorrerem em julho.
Crítico ao nome de Mauro Mendes como o candidato direitista ao Palácio Paiaguás nestas eleições, Claudinei afirma: “no palanque de Mauro eu não subo”. Adianta, ainda, que seguirá junto ao PL no projeto “Bolsonaro 2022”, mas neutro caso se confirme o apoio do presidente da República e, consequentemente, das lideranças mato-grossenses ao projeto de reeleição do chefe do Executivo estadual.
Perguntado sobre a possibilidade de um conflito interno no PL, especialmente com o líder do partido Wellington Fagundes, Claudinei responde: “Está tudo muito bem. Sem qualquer tipo de problema dentro do PL ou com o nosso senador Wellington. Apenas essa questão do Mauro que, para mim, está definida. [se confirmar o apoio a Mauro] não vou apoiar nenhum outro nome ao Governo, é claro, mas vou me manter neutro”.
Bolsonaro e Mauro Mendes
Bolsonaro e Mauro estreitaram os laços desde a visita do presidente da República à capital Cuiabá, no dia 19 de abril. É dada como certa a formação do palanque bolsonarista formado pelo atual governador na corrida ao Palácio Paiaguás e com o atual senador e pré-candidato de Bolsonaro ao Senado e líder do PL, Wellington Fagundes, além dos pré-candidatos a deputados federais e estaduais. Exceto, é claro, Claudinei. “O apoio de Bolsonaro ao Mauro ainda não está 100% fechado”, diz.
Ainda em fevereiro, o deputado estadual já havia garantido que não dividiria espaço com o atual governador. Parlamentar de oposição nos últimos quatro anos, Claudinei, em entrevista à época ao portal Agora MT, falou em coerência. “Não tenho nenhuma intenção de apoiar o projeto de reeleição do atual governador”. Em março, voltou a repetir o tom.