Agora MT Brasil Feminicídios crescem 10,8% em quatro anos, aponta pesquisa
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

Feminicídios crescem 10,8% em quatro anos, aponta pesquisa

Estudo revelou também que mais de 112 mil mulheres foram estupradas no país só nos primeiros semestres desse período

Fonte: R7
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Imagem: feminicidio homicidio Feminicídios crescem 10,8% em quatro anos, aponta pesquisa
Reprodução

A violência de gênero e a violência intrafamiliar cresceram nos últimos quatro anos, de acordo com dados do levantamento realizado pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) e divulgado nessa quarta-feira (7). Segundo a pesquisa, o número de casos de feminicídio cresceu 10,8% durante este período.

O estudo reuniu as estatísticas criminais de feminicídio e estupro dos primeiros semestres dos últimos quatro anos e constatou que houve 2.671 mortes somente durante esse período. Desse total, 699 casos ocorreram entre janeiro e junho deste ano, um aumento de 3,2% na comparação com 2021.

Isso significa, segundo o levantamento, uma média de quatro mulheres mortas por dia. No caso dos estupros, foram 29.285 ocorrências em 2022, um aumento de 12,5%, dos quais 74,7% foram registrados como estupro de vulnerável, em que as vítimas são incapazes de consentir com o ato sexual.

No acumulado dos quatro anos, mais de 112 mil mulheres foram estupradas no país se levado em consideração apenas o primeiro semestre de cada ano.

“Os dados mostram que a violência contra a mulher aumentou nos últimos quatro anos,
ao mesmo tempo em que o investimento em políticas públicas foi deliberadamente
reduzido, sobretudo em nível federal. É importante observar que o aumento de 10,8%
no número de feminicídios contrasta com uma série de outros crimes, como os homicídios em
geral, que caem ano a ano desde 2018”, explica Samira Bueno, diretora-executiva do
Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo o levantamento do Fórum, a região Norte é a que acumula maior crescimento no período de quatro anos: 75%, seguida pelo Centro-Oeste (29,9%), Sudeste (8,6%) e Nordeste (1%). Apenas a região Sul teve redução no número de feminicídios registrados entre 2019 e 2022, com queda de 1,7%.

As elevações mais acentuadas de casos no período foram registradas nos estados de
Rondônia (225%), Tocantins (233,3%) e Amapá (200%), que aparecem entre os 16
estados que mantiveram os índices desde 2019 ou apresentaram algum tipo de
crescimento nas estatísticas.

Outros 11 estados apresentaram redução: Alagoas (-42,3%), Bahia (-2,1%), Distrito Federal (-42,9%), Espírito Santo (-6,3%), Paraná (-33,3%), Piauí (-18,8%), Rio Grande do Norte (-35,7%), Roraima (-50%), Santa Catarina (-9,4%), São Paulo (-11,8%) e Sergipe (-9,1%).

Estupros de vulnerável

De acordo com os dados reunidos pelos pesquisadores do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, entre janeiro e junho de 2022 foram registrados 29.285 estupros em vítimas do sexo feminino, um aumento de 12,5% em relação ao primeiro semestre de 2021. E 74,7% dos casos foram estupros de vulnerável — quando a vítima é incapaz de consentir.

Isso significa que, entre janeiro e junho deste ano, ocorreu um estupro de menina ou mulher a cada nove minutos no Brasil, em média.

Os dados também mostram que os registros de casos de estupro e estupro de vulnerável
seguem em alta e já atingem os patamares registrados antes da pandemia de Covid-19.

No primeiro semestre de 2019, foram 29.814 registros de estupro no Brasil, enquanto em 2020, no auge da pandemia, o número chegou a 25.169 registros nos primeiros seis meses. Esses resultados voltaram a subir já em 2021, com 28.035 registros, e em 2022, com 29.285 casos.

“A pandemia levou a um aumento de subnotificação de vários crimes”, afirmou Isabela Sobral, supervisora do Núcleo de Dados do FBSP. “No caso do estupro, os índices de notificação já são altos porque é um crime que necessariamente exige um exame de corpo de delito nas vítimas para ser registrado. Durante o período mais intenso de isolamento social, a diminuição do acesso às delegacias e demais serviços de denúncia e proteção impactou negativamente no acesso às vítimas para o registro”, ressalta.

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