A Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT) deve entrar em greve nesta quinta-feira (28) conforme informações repassadas pelo presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), Reginaldo Silva de Araujo.
Em Rondonópolis os alunos da universidade estão revoltados com a decisão. Eles alegam que a data escolhida para a paralisação irá atrapalhar o desenvolvimento semestral dos estudantes.
“Não somos contra a greve, nós entendemos as reivindicações dos professores. Só não concordamos com a data que eles definiram. Existem alunos que já estão trabalhando na área e necessitam do diploma, porém, não conseguem concluir o curso devido às greves. Estamos no fim do semestre, só gostaríamos que a data fosse adiada para dar tempo de nos organizar” desabafa a estudante, vice-presidente do Centro Acadêmico do curso de Engenharia Mecânica, Mayara Benites.
Ainda conforme a acadêmica, os universitários foram vítimas de deboches durante uma reunião entre os professores na sexta-feira (22). Mayara afirma que os alunos realizaram um manifesto com cartazes, apitos entre outros objetos, com o objetivo de tentar negociar a data da greve. “Nós tentamos de tudo para chamar atenção dos docentes e explicar nosso posicionamento. Nós também temos esse direito, os estudantes que formam a universidade, porém, debocharam da nossa cara e não nos ouviram” pontua a vice-presidente.
SOBRE A GREVE
A decisão da greve foi aprovada por 80 votos contra 56 que optaram por adiar a decisão durante assembleia realizada ontem (25), pela categoria dos docentes. Oito abstenções foram registradas.
A categoria reivindica pela defesa do caráter público da universidade, condições de trabalho, garantia da autonomia, reestruturação da carreira e valorização salarial de ativos e aposentados, contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na qual a universidade federal não precisa mais realizar concurso público para a contratação de professores.
As condições de trabalho nos campi, principalmente no interior em Rondonópolis, Sinop e Médio Araguaia, de forma que garantam inclusive as atividades de campo, também estão na pauta.
Conforme o presidente Reginaldo a redução de quase 30% do repasse do governo está entre as principais reivindicações dos docentes. “A carreira de professor fica atrás de quarenta profissões que ganham acima do nosso salário. E a nossa carreira é a que mais exige estudo” explica o presidente Reginaldo.
A categoria decidiu decretar greve por tempo indeterminado, finaliza o presidente.