A decisão sobre a proibição da venda de medicamentos emagrecedores no país deve sair na última semana de setembro, de acordo com o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Dirceu Barbano.
Barbano afirmou em entrevista veiculada hoje no programa “Brasil em Pauta”, da Empresa Brasil de Comunicação, que há divergências internas entre técnicos e consultores do órgão a respeito do veto aos remédios emagrecedores.
A agência se reuniu na última quarta-feira (31 de agosto) para decidir se os remédios inibidores de apetite sibutramina anfepramona, femproporex e mazindol devem ser retirados do mercado. Mas a decisão foi adiada, já pela segunda vez.
Na entrevista, Barbano afirmou que a Anvisa compreende a posição dos médicos, que são contra o veto às drogas, porque eles querem ter “ferramentas para tratar os pacientes”. Mesmo assim, ele disse que a Anvisa tem o dever de assegurar que os produtos à venda podem ser usados com segurança pelos pacientes.
Segundo Barbano, os consultores da Cateme (Câmara Técnica de Medicamentos) e os técnicos da Anvisa estão de acordo a respeito do veto aos remédios derivados de anfetamina (anfepramona, femproporex e mazindol). “Não há proposição para manter esses produtos no mercado”, afirmou. Essa posição se deve à falta de estudos que comprovem a eficácia das drogas e aos seus efeitos colaterais, disse o diretor.
Já sobre a sibutramina, há divergências. A Cateme recomenda que a droga seja tirada do mercado, e a equipe técnica do órgão sugere manter o produto à venda com restrições maiores.
“A equipe técnica entende que se ampliarmos o controle do uso dos produtos informando médicos e pacientes sobre quando é vedado o uso e em que circunstâncias a droga pode ser usada, fazendo maior controle do receituário, obrigando indústria e farmácias a ficarem alertas e informarem a Anvisa sobre efeitos adversos, [a sibutramina] poderia ficar no mercado. Mas há intenção de manter por um período [um ano] para avaliar”, disse Barbano.
“Temos que manter produtos que sejam eficazes, mas que também apresentem um perfil de segurança adequado. A questão do tratamento da obesidade é sempre muito complexa, porque a própria obesidade é um quadro de saúde difícil de ser manejado”, ressaltou o diretor-presidente da Anvisa.