Com a chegada das festas de fim de ano, aumentam os relatos de animais assustados com o barulho dos rojões, resultando em acidentes domésticos e até mortes por parada cardíaca. Foi o que aconteceu com a cachorrinha Maguí, na Argentina, que faleceu abraçada ao dono por causa de uma queima de fogos.
Maguí era uma cadela idosa e tinha horror a fogos. O relato de sua dona, Antonella Modasjazh, viralizou nas redes sociais. “Não sabíamos mais onde a colocar enquanto os outros se divertiam. Ela estava tendo um momento difícil. Maguí morreu nos braços do meu filho enquanto ele implorava para que eu chamasse alguém para ajudá-la.”
De acordo com Maria Cristina Santos Reiter Timponi, médica veterinária e presidente da Comissão Técnica das Entidades Veterinárias do Estado de São Paulo, cães e gatos são extremamente sensíveis ao barulho de rojões porque possuem a audição quatro vezes mais aguçado que a dos seres humanos. A especialista alerta que o risco não é somente de o animal ter uma parada cardíaca.
“Eles são capazes de ouvir infrassons e ultrassons. Um cão ouve entre 10 e 40 mil hertz, já o homem escuta entre 16 e 20 mil. Em geral, quando eles se assustam por causa dos rojões acabam fugindo dos ambientes e se perdendo. Mas também podem se machucar tentando passar portas de vidro e locais que ofereçam perigo.”
A veterinária orienta que, durante a queima de fogos, os donos coloquem os animais em locais seguros, longe de objetos cortantes ou que possam derrubar. “Uma forma segura de tentar acalmar os cães é deixá-los no ambiente fechado, onde o som seja mais baixo. Costumo pedir para colocar algodão nos ouvidos, que depois precisa ser retirado.”
Timponi ainda alerta para o uso de tranquilizantes em animais, e diz que só devem ser administrados com orientação do veterinário. “Alguns animais podem ter parada respiratória com os medicamentos ou outros tipos de reações adversas, como depressão e até o morte”, explica.