Oposição ferrenha na Câmara de Cuiabá, o vereador Dilemário Alencar (Podemos) encaminhará um pedido ao presidente da CPI da Covid-19 no Senado, Omar Aziz (PSD), pedindo a convocação do prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB).
Dilemário entende que o emedebista precisa dar explicações ao Senado sobre contratações feitas no período da pandemia, com indicativo de sobrepreço de até 90%.
Na manhã desta quinta-feira (10), a Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou a segunda fase da Operação Overpriced, que apura um suposto esquema de fraudes na compra de medicamentos pela secretaria de Saúde da Capital.
Dentre as ilegalidades, possível direcionamento, superestimação de consumo de medicamentos e compra de remédios – por meio de dispensa de licitação – sob a justificativa de enfrentamento à Covid-19. Estes remédios, no entanto, não guardariam qualquer relação com o tratamento ao vírus.
“Ficou evidenciado que a secretaria de Saúde promoveu dispensa de licitação para aquisição de remédios com recursos carimbados para a Covid, no entanto, a secretaria adquiriu remédios para outras enfermidades. E, o mais grave, é que houve sobrepreço de 90% na aquisição”, sustentou Dilemário.
“Vou propor que a CPI, realizada pelo Senado, convoque o prefeito. O povo de Cuiabá precisa saber onde foi parar os mais de R$ 180 milhões que o governo federal mandou para a Prefeitura de Cuiabá para o combate a pandemia”, emendou.
Em discurso na sessão da Câmara, Dilemário disse que a secretaria de Saúde do Município virou uma “usina de escândalos”.
Para tanto, ele lembrou que dois secretários de saúde da gestão do prefeito Emanuel Pinheiro foram afastados do cargo por decisão judicial.
Um deles, inclusive, o ex-secretário Huark Douglas foi preso nas investigações relativas à Operação Sangria que investiga uma organização criminosa que teria montado um esquema para desviar recursos da Saúde.
“Falo com veemência que a secretaria de saúde de Cuiabá virou uma usina de escândalos. Basta recorrermos à linha do tempo nesses últimos quatro anos e seis meses da gestão do atual prefeito para perceber isso. Sem contar a gestão da atual secretária, Ozenira Félix, em que foi revelado o escândalo dos milhares de medicamentos vencidos encontrados no depósito da Central de Medicamentos”, concluiu.