O Ministério Público Estadual (MPE) afirmou que, mesmo tendo ciência de condutas criminosas praticadas por Célio Rodrigues – o que incluía supostas cobranças de propina – o prefeito afastado de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) resolveu nomeá-lo como secretário de Saúde da Capital.
A informação está contida na ação movida pelo órgão e que pede um novo afastado do político do cargo, desta vez, pelo prazo de seis meses.
O pedido é assinado pelos promotores Marcos Regenold Fernandes, Clóvis de Almeida Junior, Marcelo Lucindo Araújo e Gustavo Dantas Ferraz e está sob análise da Justiça.
Os fatos foram detalhados ao MPE pela ex-secretária de Saúde do Município Elizeth de Araújo.
Aos promotores, ela detalhou que pediu ao prefeito que exonerasse Célio Rodrigues, à época diretor administrativo financeiro da Saúde, uma vez que ele estaria tentando direcionar licitações realizadas pela pasta.
Ainda segundo Elizeth, o diretor estava tentando apressar pagamentos a determinadas empresas, bem como havia informações de que estava pedindo “comissão” das empresas fornecedoras.
Passado esses episódios, Célio acabou sendo exonerado da diretora. Mas, tempos depois, acabou sendo nomeado para comandar a secretaria de Saúde.
“O réu Emanuel Pinheiro, mesmo sendo avisado que Célio Rodrigues estava a praticar condutas reprováveis, como direcionamento de licitação e pedidos de ‘propina’, logo após outro secretário de Saúde ser afastado por indícios de corrupção, o nomeia ao cargo máximo da Secretaria de Saúde”, narram os promotores no pedido.
“Conclusão outra não há, senão a de que o ora réu não tem qualquer interesse que se predomine a lisura no serviço público, ao contrário, fez questão de colocar o ‘lobo no galinheiro’”, acrescenta o documento.