Embora as pichações pareçam ser uma prática atual de todas as grandes cidades, aqui em Rondonópolis a ação só começou a ganhar força nos últimos meses. Antigamente se via uma escrita lá, outra cá, ‘coisas de adolescente’, mas depois das manifestações de Junho do ano passado, os grupos têm se organizado e expressado nos muros da cidade suas indignações.
Recentemente a Prefeitura Municipal foi alvo de protesto de um grupo intitulado como GZC, sigla ainda não identificada. Na época eles usaram as pichações para criticar a administração. O Cartório Eleitoral e escolas públicas também foram alvos. Agora além dos locais públicos, nem casas e empresas têm sido poupados das manifestações.
Nos quatro cantos da cidade é possível encontrar pichações sem autorias ou até mesmos assinadas pelo grupo CZG e grupo Revier. As frases agora estão disparadas não só em direção da política, mas como da própria sociedade e na hostilização da polícia.
“Contra a pátria, os patrões e os patriarcados”, “- agronegócio + socialização”, “ Quem julga será julgado”, “Lixão para uns, trabalho para outro”, “Vem ni mim Força Tática” são algumas das escritas.
O delegado regional da Polícia Judiciária Civil, Henrique Meneguelo, explicou que até agora não começou nenhum tipo de investigações porque ninguém fez qualquer tipo de queixa na polícia, mas ele faz um alerta aos pichadores.
“Pichar, mesmo que com cunho político, é crime incluso no Artigo 65 da Lei 9.605/1998. Dá pena de três meses a um ano de prisão. Se o bem pichado for tombado pelo patrimônio histórico, a pena dobra”, diz.
OUTRA FACE
Recentemente o grafiteiro Babu, veio de Cuiabá especialmente para participar de um projeto, junto com alunos de escolas estaduais sobre a arte urbana. Ele gostou da iniciativa pública e comentou que cada vez mais o grafite ganha espaço nas manifestações culturais das cidades brasileiras.