A Polícia Judiciária Civil de Primavera do Leste instaurou inquérito policial indiciando o servidor público R.P.B; da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por crime de assédio sexual contra uma funcionária que, à época dos acontecimentos trabalhava no mesmo local que ele, onde ela afirma ter sido assediada várias vezes com palavras, gestos e por último a tentativa do suspeito em agarrá-la à força.
O crime aconteceu em fevereiro, na sala do servidor, que é efetivo, mas fora nomeado dias antes em cargo de confiança. A situação constrangedora só não foi pior porque uma outra servidora (testemunha) entrou na sala no momento e impediu a consumação do crime.
Depois disso, segundo ela, contou o ocorrido à sua chefe e ao administrador hospitalar da Unidade, Marcos Antônio Carvalho, mas a única providência tomada foi: transferi-la da Unidade, além de ser coagida pela administração a assinar um documento na tentativa de desviar o foco, acusando uma outra funcionária por desvio de dinheiro público da Unidade.
A mulher, vítima do assédio se recusou a assinar o documento, mesmo após ter sido colocada em uma sala e pressionada pelo suspeito, pelo administrador e mais algumas pessoas. A transferência portanto, além de encobrir o caso de assédio teria sido uma espécie de “retaliação” por ela não querer participar da falsa acusação.
SUSPEITO NEGA O CRIME E NÃO APRESENTA PROVAS SOBRE DESVIOS
No depoimento prestado à polícia o suspeito que afirma ser o “subchefe da Unidade” após ter sido nomeado em cargo de confiança, nega o crime. Com relação à denúncia sobre desvio de dinheiro, ele diz que foi designado para investigar tais condutas e por várias vezes “ouvi falar, mas não tenho condições de provar. Mas além disso ela era da oposição(política)”, cita. Ele nega também que tenha coagido a mulher que o denunciou a assinar qualquer documento.
ADMINISTRADOR FICOU SABENDO, MAS NADA FEZ
O administrador hospitalar Marcos Antônio Carvalho afirma que “sobre a denúncia de assédio vieram me falar, mas não foi apresentada nenhuma denúncia formal, por isso nenhuma atitude foi tomada”. Porém o detalhe é que mesmo após denúncia à polícia e o indiciamento, nenhuma atitude foi tomada pelo secretário de Saúde, Ivaldir Ortiz.
Com relação à servidora que teria desviado dinheiro ele também diz que “falaram que ela pagava por fora para fazer alguns serviços”. No momento seguinte ele refaz a fala e diz que “depois disseram que pagava com folga”. Ao mesmo tempo fica no ar o estranho fato de, mesmo com desconfianças a administração não ter solicitado abertura de um Inquérito Administrativo.
A servidora acusada de desvio de dinheiro público na Unidade, L.R.G; apresentou à polícia os comprovantes de rendimento, cópias de contrato e demais documentos solicitados, comprovando não ter havido qualquer crime, além dos de falsa denunciação criminosa e danos morais que foram impostos à imagem dela durante o depoimento do suspeito e do administrador.
AÇÃO CONTRA O MUNICÍPIO
As servidoras citadas: crime de assédio e crime de desvio de dinheiro público, devem agora entrar com ação contra o município, pedindo reparação por danos.
A reportagem entrou em contato tanto com a assessoria de imprensa da prefeitura quanto com o secretário de Saúde, mas nenhum deles respondeu sobre o inquérito.