O senador da República, Wellington Fagundes (PL), disse que na próxima semana se reunirá, com outros parlamentares, focado em alternativas para a redução dos preços dos combustíveis. Em entrevista ao programa Cidade Agora, da TV Cidade Record, em Rondonópolis, ele sugeriu o congelamento da distribuição dos dividendos da Petrobras, parte dos lucros que é repassada, principalmente, aos acionistas estrangeiros.
A fala de Wellington veio logo após o anúncio da estatal sobre mais um reajuste no preço da gasolina e diesel em todo o Brasil, aprovado nesta sexta-feira (17). A partir de amanhã (18), o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%). Para o diesel, preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%).
O anúncio da estatal contraria as investidas do Governo Federal em uma política de redução, do teto de 17% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) à baixa dos impostos federais PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) que incidem sobre os combustíveis. No Supremo Tribunal Federal, o ministro André Mendonça decidiu hoje (17) que as alíquotas do ICMS devem ser cobradas de forma uniforme pelos estados. A decisão começará a valer em 1º de julho.
Do congelamento dos dividendos, o senador mato-grossense criticou a atual política de preços da Petrobras e a participação majoritária de acionistas privados, boa parte estrangeiros. “A Petrobras é um problema realmente. Ele é nossa? É. Mas 60% pertencem a investidores. Estamos em meio a uma guerra que tem elevado os preços e tem impactado aqui também no Brasil (…) Queremos estudar uma alternativa para que pelo menos tenha congelamento de distribuição de dividendos. A Petrobras está tendo lucro, mas deste lucro somente 40% ficam com o Governo brasileiro”, argumentou.
Somente no primeiro trimestre de 2022, a Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 44,5 bilhões. O resultado representa um salto de rentabilidade superior a 3.000% em comparação com o mesmo trimestre de 2021, quando a estatal teve um ganho de R$ 1,3 bilhão, impactada pela pandemia de Covid-19. O balanço financeiro foi divulgado pela companhia em maio.